terça-feira, 29 de setembro de 2009

Entrevista ao candidato Lavos ou vai ou racha pela agência Lusa



Publicação: 29-09-2009 11:16Vereador do PSD na Figueira da Foz candidato a freguesia pelo movimento "Ou vai ou racha"TítuloDesencantado com a política partidária, José Elísio Oliveira, 61 anos, vereador do PSD na Figueira da Foz e antigo presidente da concelhia social-democrata fundou o movimento "Ou vai ou racha", candidato à junta de freguesia de Lavos.
O lema da candidatura é um espelho da própria personalidade de Zé Pernas, asseguram amigos e adversários políticos, aludindo à alcunha que lhe ficou da juventude e pela qual é imediatamente reconhecido, ou não possuísse mais de 1 metro e 80 de figura. Coincidem na análise de quem o diz frontal e decidido, por vezes truculento, sempre polémico e brigão, que agora quer suceder à mulher, autarca da freguesia, ele que, ninguém duvida, é uma espécie de poder por detrás do trono. José Elísio confessa-se irreverente, resquícios do rapaz "um pouco selvagem" que deambulava por entre salinas e campos agrícolas junto à antiga Estrada Nacional 109. "Eu sou assim na política e em tudo na minha vida. Faz parte da minha personalidade, da minha maneira de ser. Um dos problemas nacionais é a hipocrisia e eu abomino a hipocrisia", disse à agência Lusa José Elísio Oliveira. Características que assume, seja no combate político ou na vida privada: quase "raptou" a mulher para casar com ela, contra a vontade da sogra com quem ainda hoje não fala, apesar de partilharem a mesma casa vai para 30 anos. "Pode por aí ver que não é mentira nenhuma, toda a gente sabe", garante, divertido. Se em defesa de um posto de saúde local, em pleno "Verão Quente" de 75, teve artes para "mudar" o comandante da coluna militar responsável pela manutenção da ordem, convertendo-a em aliado de ocasião, num episódio mais recente subiu à torre da igreja da Costa de Lavos, sino a rebate, alertando a população contra o anunciado embargo da obra de um muro de protecção. "O que ali está [a hoje aprazada ordem de demolição] é um crime. Pode contribuir, em última instância para pura e simplesmente eliminar a povoação" face ao avanço do mar, justifica. Joaquim Barraca, secretário da Assembleia Municipal, acompanha-lhe os passos, partidários e pessoais, vai para 40 anos: "Todos do políticos que andam aqui pela Figueira, ao pé do Zé Elísio têm muito que aprender. Aliás, são todos uns aprendizes", dispara. O candidato à Junta de Lavos personifica a pessoa "honesta a fazer política, ao contrário do que muita gente diz", adianta. Adversário político, Joaquim Jerónimo encontrou o "muitas vezes sectário" e homem "sem meias tintas" José Elísio no PS em 1974 e, ainda hoje, não percebe a razão da "transferência" para o PSD, uma década e picos mais tarde. "Sendo um indivíduo completamente rural, que ama os valores da ruralidade, foi conviver com pessoas que nada têm a ver com ele", argumentou. Eleito vereador em 1976, nome - e cargo - plasmado há mais de 20 anos, por iniciativa popular, na avenida marginal da Costa de Lavos, José Elísio é hoje novamente vereador, mas sem pelouros, efeito colateral da candidatura "ou vai ou racha". "Talvez seja esta a forma de revitalizar a política e levar a que as pessoas se interessem pelas coisas concretas da terra", sublinhou.


Lusa

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